quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Semana de Arte Moderna de 1922
Acontecimentos, artistas e escritores envolvidos, idéias do movimento artístico, mudanças de rumo na literatura e arte, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Manuel Bandeira, modernismo, revistas Klaxon e Antropofágica.

teatro municipal
Teatro Municipal de São Paulo: palco da Semana de Arte Moderna


A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas européias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti.

Participações e como foi

Em um período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros se viram em um momento em que precisavam abandonar os valores estéticos antigos, ainda muito apreciados em nosso país, para dar lugar a um novo estilo completamente contrário, e do qual, não se sabia ao certo o rumo a ser seguido.

No Brasil, o descontentamento com o estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase na poesia. Entre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, que realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. Suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Monteiro Lobato não poupou críticas à pintora, contudo, este episódio serviu como incentivo para a realização da Semana de Arte Moderna. A Semana, na verdade, foi a explosão de idéias inovadoras que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX. Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão; com este propósito, experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com a incompreensão e com a completa insatisfação de todos que foram assistir a este novo movimento. Logo na abertura, Manuel Bandeira, ao recitar seu poema Os sapos, foi desaprovado pela platéia através de muitas vaias e gritos. Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao inserir suas idéias ao longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico.

A Semana de Arte Moderna constituiu-se um marco inicial do modernismo no Brasil.

Realizada entre os dias de 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro municipal de S. Paulo, mostrou obras afinadas com a nova linguagem das correntes estéticas do começo do século.

Inserida num momento histórico de tentativa de reestruturação da sociedade, em busca de nova saída política, fatos históricos significativos que a antecederam, exerceram influência nas idéias de mudança e ruptura entre o velho e o novo, expressadas naquele momento.

Os acontecimentos que precederam 1922, e, especificamente, a Primeira Guerra Mundial , que teve início em 1914 , alterou imensuravelmente o mundo ocidental e teve seus reflexos no Brasil.

Travada na esperança de tornar o mundo seguro para a democracia, a primeira guerra mundial, tornou-se rapidamente uma "guerra popular, na qual civis, ao lado dos soldados nas trincheiras participavam de violentas manifestações em favor do extermínio do inimigo. Frutificou uma epidemia de revoluções, dentre as quais a revolução Russa, e lançou a semente de novos conflitos no futuro , ainda mais contundentes. Por tudo isto, fixou o padrão de uma era de violência que tem-se mantido durante a maior parte do século XX."


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