quinta-feira, 16 de setembro de 2010


Semana da Arte Moderna
Foi como se denominou o encontro de artistas brasileiros no Teatro Municipal de São Paulo, em fevereiro de 1922, para lançamento público do movimento modernista no Brasil. Constituiu o ponto de partida de um longo processo de renovação que tinha por objetivo atualizar culturalmente o Brasil, colocando-o ao lado dos países que já haviam atingido sua independência no plano das idéias, artes plásticas, música e literatura.

Muita coisa ocorreu antes do movimento tomar corpo em 1922. As primeiras informações sobre Futurismo, movimento artístico e literário lançado em 1909, chegaram da Europa com Oswald de Andrade em 1912, e influenciaram a primeira fase do Modernismo brasileiro. Em 1913, o russo Lasar Segall realizou em São Paulo e em Campinas as primeiras exposições de arte não acadêmicas no país. No ano seguinte, Anita Malfaltti, recém chegada da Alemanha, expôs quadros expressionistas e em 1917, voltando de outra viagem, realizou sua segunda exposição no Brasil, dessa vez de quadros cubistas. A escultura de Vítor Brecheret, que estudara em Roma, empolgou a intelectualidade jovem de São Paulo. Em 1919, Monteiro Lobato com "Idéias de Jeca Tatu" mostrava uma forte personalidade nacionalista.

No início da década de 1920, começou a ser planejado um lançamento público do Modernismo, integrado por representantes de todas as artes. Em janeiro de 1922, ano do centenário da Independência do Brasil, a imprensa anunciava a realização da Semana da Arte Moderna, em São Paulo. A Semana constava de uma exposição de artes plásticas com catálogo assinado por Di Cavalcanti e de três espetáculos noturnos, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro, em que se leram poesias de Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida, entre outros, e trechos de prosa de Oswald de Andrade. Graça Aranha abriu a primeira noite com a conferência "A emoção estética na arte moderna". Seguiram-se Villa-Lobos, Menotti del Picchia e vários outros, com discursos, música e poesia, que provocaram reações na platéia.

Mário de Andrade, um dos mais coerentes do movimento, expôs suas idéias estéticas no famoso livro de poemas "Paulicéia Desvairada", que possui o famoso "Prefácio Interessantíssimo", e também deixou obras como "Macunaíma" e estudos sobre folclore e música popular.
Da exposição, no saguão do teatro, participavam Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente Rego Monteiro, Goedi, entre pintores, gravadores e desenhistas; Vítor Brecheret e outros escultores; Antônio Garcia Moya e Georg Przyrembel, arquitetos. Realizavam-se concertos musicais, destacando-se Villa-Lobos e a pianista Guiomar Novais entre os muitos músicos. Houve também um número de dança, a cargo de Yvonne Dumerie.

O Rio de Janeiro e São Paulo logo se incorporaram ao movimento por meio de publicações de revistas; o "Klaxon" em São Paulo e "Estética" e "Festa", no Rio. Em Minas Gerais, Carlos Drummond de Andrade editou em 1925, "A Revista".

A Semana de 22 ficou como um marco de um novo momento, uma nova concepção de fazer e compreender a arte brasileira.


Aluna: Camila Stefany
Turma:3°MD

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